Recentemente a marca Victoria's Secret, após anos de muita rebeldia contra a indústria da moda, que pedia por mais diversidade e menos ''perfeição'' nas suas modelos, resolveu ceder, numa tentativa de se ''relocar'' no mercado, e abandonou suas famosas modelos, conhecidas como ''angels'' com o foco em trazer mais diversidade e corpos reais para as passarelas da marca, trazendo mulheres com corpos plus size, mulheres do grupo LGBTQIA+, além de sair do padrão de americanas, admitindo uma modelo Indiana.
Uma atitude com resultados bons, mas somente após muitos anos de críticas e algumas rejeições pessoais referentes a grife, que com tanta visibilidade, ainda estava vendendo uma imagem do que seria o corpo feminino perfeito, alimentando uma sociedade que já convence cada mulher de como o corpo, a aparência e tudo sobre ela mesma não está certo.
A problemática disso tudo, no momento atual, onde temos tanta informação e ativismo em cima disso, é que não podemos mais querer atender a diversidade e se tornar uma marca inclusiva pela pressão e cobrança colocada sob a marca, mas sim porque é o certo a ser feito! Porque não pode mais existir qualquer tipo de conteúdo, na moda, na televisão, na internet, que reafirme o que mulheres - e qualquer minoria - aprendeu como verdade absoluta, verdades impostas por uma sociedade intolerante.
Vemos cada vez mais marcas surgindo no mês de junho, mês do orgulho LGBTQIA+, como grandes defensores da comunidade enquanto no resto do ano não se posicionam sobre ataques e preconceitos.... marcas grandes que aumentam a grade de tamanho até GG e acham que já podem se denominar como inclusivas e usufruir dessa imagem... todo avanço é avanço, e deve ser feito, mas pelas motivações certas e envolvendo todas as minorias
Precisamos entender que estamos tentado incluir grupos, que na sua maioria, quando pensamos em números, não são minoria, são a grande maioria, e as marcas ainda precisam se esforçar para atender esse público?
A moda inclusiva precisa, cada dia mais, se tornar tão comum e óbvia, que ela também se tornará um padrão, com marcas grandes atendendo todos os públicos naturalmente, da forma que tem que ser e com o propósito certo, depois de muitos anos onde excluímos qualquer pessoa que fosse minimamente diferente do ''comum''.
A moda não é comum, e deve atender a todos, sem que isso pareça ser um fardo, pois não é.
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